DIGNIDADE TRANSGÊNICA



                                                                  Fabio Junior da Silva
   

Um certo Mário, uma certa Mariana – ou Maria,
Ora era Joana – ora foi (e seria) João,
Já despertaram transfobias (sempre confusas) numa complexa ilação,
Ao inquirir se era masculino ou era feminino – todo dia.

A liberdade humana não tem sexo – nem gênero e sexualidade,
Minha xota ou meu pau não é da conta desta aferada sociedade.
Que, por ora, tem uma sanha sádica, desde a minha puberdade,
De se castrarem, uns aos outros, numa estranha eteridade e eternidade.

Porque meu corpo (me perdoem ou fodam-se!) só me define,
Na cultura que desejo (em meu íntimo) vir por mim mesmo a ter,
E no sujeito que eu (só eu mesmo!) assanhar-me em me ser!

Porque o seu tesão (risos) não é da minha cônscia intimidade,
E só o seria por uma única razão: a de querer (por estupro?) me ter.
Aí será tarde! Já terei me afirmado outre, afrontose à sua torpe insanidade...




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